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Criar envolvimento e gerar resultados

  • O Programa PARtilhar, da Escola de Medicina da Universidade do Minho, foca-se na capacitação profissional dos seus participantes. Através deste programa, promove-se a colaboração entre pares, criando um ambiente seguro e propício à análise, discussão e partilha de experiências relacionadas com práticas de ensino. Adicionalmente, incentiva-se o exercício do feedback construtivo, ampliando o conhecimento e a reflexão sobre as metodologias pedagógicas.

Contextualização

Entre as várias formas de aprendizagem, tanto no contexto profissional quanto pessoal, uma das mais recorrentes é a aprendizagem por observação (Catania, 1999; Fryling, Johnston, & Hayes, 2011), também conhecida como aprendizagem social (Bandura, 1977) ou aprendizagem por modelação (Martin & Pear, 2007/2009; Moreira & Medeiros, 2007; Skinner, 1953/2003). Neste processo, o indivíduo aprende observando o comportamento de outros e, a partir dessa observação, toma decisões sobre reproduzir ou evitar o comportamento do modelo (Perelman & Olbrechts-Tyteca, 1996). Bandura (1977) destaca que a capacidade de aprender por meio da observação permite que os indivíduos adquiram um conjunto complexo de comportamentos sem a necessidade de passar por processos frequentes de tentativa e erro.

 

Colaboração

No âmbito do desenvolvimento profissional, espera-se que os docentes aprimorem as suas competências pedagógicas e reflitam criticamente sobre as suas práticas. Este processo deve ser realizado através da autoavaliação, associada a um trabalho colaborativo de supervisão por pares (Machado, Alves & Gonçalves, 2011). A observação de aulas é destacada como uma prática eficaz de supervisão, favorecendo o desenvolvimento profissional dos docentes, promovendo a melhoria do ensino e incentivando a colaboração entre colegas (Fletcher, 2018). Além disso, auxilia na reflexão sobre o processo de ensino (Goldberg et al., 2010) e é considerada uma ferramenta de avaliação formativa de baixo custo (Lowder et al., 2017).

 

Elementos-chave

A observação do ato de ensinar inclui elementos essenciais descritos por Siddiqui, Jonas-Dwyer, e Carr (2007), tais como:

  • Escolha criteriosa do observador;

  • Organização do tempo de observação;

  • Esclarecimento das expectativas;

  • Familiarização com o curso/atividade;

  • Seleção de instrumentos de observação;

  • Inclusão dos estudantes no processo;

  • Manutenção da confidencialidade.

 

Oportunidade

Segundo Dawson e Hocker (2020), quando estruturada com a devida infraestrutura e orientações, a observação por pares pode abrir espaço para discussões construtivas sobre práticas pedagógicas e filosofias de aprendizagem, contribuindo para o desenvolvimento contínuo dos docentes. Além disso, esta prática oferece oportunidades para discutir desafios e sucessos, promovendo a criação de uma comunidade de confiança (Victoria State Government, 2021).

Revisão do ensino

A revisão do ensino por pares tem o potencial de ser uma ferramenta valiosa para a melhoria contínua e a avaliação formal da prática docente. Um benefício adicional dessa abordagem é a promoção do diálogo entre os docentes sobre as práticas em sala de aula, um ambiente onde os professores muitas vezes se sentem isolados uns dos outros (Dawson & Hocker, 2020, p. 30).

Dada a crescente necessidade de desenvolvimento profissional docente (Al-Eraky, Donkers, Wajid, & Van Merrienboer, 2015; Atkinson & Bolt, 2010; Mclean & Van Wyk, 2008; Steinert, 2020) e as mudanças contínuas nas dinâmicas de ensino e aprendizagem, reforça-se a afirmação do professor José Pacheco, que observa: "não faz sentido que alunos do século XXI sejam ensinados por professores do século XX, utilizando propostas teóricas do século XIX, da Revolução Industrial" (Pacheco, 2016, p. 2).

Preparar para agir!

A sua participação é fundamental para a Escola continuar no caminho da excelência. 

Significativo

Do ponto de vista da minimização de danos ao indivíduo, a aprendizagem por observação pode ser vantajosa, ao reduzir a exposição a condições de erro repetidas e evita o contacto com estímulos aversivos ou punitivos. Estes estímulos, quando apresentados, diminuem a frequência de um comportamento, e, quando removidos, aumentam-na (Teixeira Júnior & de Souza, 2006).

Situações que envolvem estimulação aversiva podem gerar efeitos colaterais emocionais indesejáveis (Kohlenberg & Tsai, 1991/2007; Moreira & Medeiros, 2007; Sidman, 1995; Skinner, 1995), como ansiedade, medo, raiva e tristeza.

Por outro lado, a exposição a estímulos reforçadores positivos tende a gerar efeitos emocionais desejáveis. Assim, a observação por pares revela-se uma forma eficaz de aprendizagem, permitindo que o observador reflita sobre o que deve ou não imitar, enquanto o observado tem a oportunidade de discutir e rever as suas práticas.

Referências 

“não faz sentido alunos do século XXI terem professores do século XX, com propostas teóricas do século XIX, da Revolução Industrial."

José Pacheco

Lupa

Observador e Observado são beneficiados

1. Oportunidade para avançar com o ensino através do diálogo facilitado; 
2. Estímulo à melhoria, promoção do engajamento em discussões sobre o ensino.
3. Exercício de interação sem julgamento e momento construtivo.
4. Oportunidade para a auto-observação e relacionamento mútuo.

Objetivo

Promover a colaboração por pares dos docentes, criando um ambiente seguro para a análise, discussão, ampliação de experiências sobre métodos de ensino e exercício de feedback

Como o PARtilhar acontece?

Pré-observação

Observação

Pós-observação

Núcleo de Integração e Desenvolvimento 

 

nid@med.uminho.pt

Escola de Medicina, Universidade do Minho (Campus de Gualtar, 4710-057 Braga).

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